O moço pega no pau
A moça pega no pau
O moço trabalha no pau
A moça trabalha o pau
O suor do sofrimento
O suor da diversão
O choro, o tormento
O bom ato da felação
O moço tira lá do pau
O que a moça faz o pau soltar
O moço aprecia a seiva
A moça aprecia o gozar
O que a moça deleita
O moço não aproveita
Na condição talvez aceita
De não ter tempo de parar
Da matéria do prazer
O moço tira o seu sustento
Do produto do sustento
A moça tira seu prazer
Prazer de poder fazer
Sem ter mesmo que fazer
De jogar fora uma vida
Antes, pasmem, de nascer
Ao que o moço acreano
De nascença alagoano
Faz sem ter algum engano
Mais um pra tirar do pau
E a moça e o moçoilo
Ambos jovens afoitos
Se aproveitam pelo coito
Do cabeça chata morto
Morto e frígido.
2 comentários:
Quase um Drummond.
Wow. Day, eu ia dizer a mesma coisa. Já leu o Amor natural do drummond? é muito bom, e esse poema me lembrou o genero dele( totalmente diferente dos outros livros que o drummond escreveu). Gostei.
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