Talentosos, perfeitos, bonitos, cheirosos, charmosos e modestos:

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Fardo

Minha coluna dói. Como um arranha-céu desmoronando, me distorço. Os ossos crescem, os ossos encolhem, quebram, despedaçam. Poros se abrem, cálcio se vai. Meu fardo de ser eu me entorta a cara.
O passado se estende atrás de mim, como um tapete vermelho - vermelho cada vez mais vermelho, cada vez mais sangue. O passado está se movendo, devorando-me, tornando o futuro mais distante.
Não há graça em andar para frente sendo puxado pelo redemoinho. Prefiro cair. Deixa pra lá. Parar de parar de chorar, começar a começar a aceitar: tudo passou; eu é que não passo.