Talentosos, perfeitos, bonitos, cheirosos, charmosos e modestos:

domingo, 30 de maio de 2010

Mal invisível

Como uma temperatura digna da morada da besta pode se tornar tão frio quanto os nevados picos das mais altas montanhas? Escudos cristalinos, dobramentos modernos, independentemente do escolhido, torna-se meu habitat, ao tempo em que divido-me entre dentro e fora de meu corpo: a sensação interna não condiz com a externa. Tal qual estivesse eu afetado por algo um tanto etílico, enxergo o mundo dobrado. De uma casa, vêem-se duas. De um pequeno inseto, vêem-se dois. Tudo ocorre graças a um corpo estranho que repousa em meu corpo, sem ter noção dos males que me causa. Posso sentir minha tez escaldando, mesmo que sinta o frio. Posso sentir minha cabeça sendo massacrada, embora esbanje calma aparência. Posso sentir a fraqueza de meus membros, enquanto há um horrendo desejo de me mover. Bom... olá, gripe! -umtylenol,porfavor!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Você por aqui?

Já é o décimo corpo, exalando o odor do ofício matinal, que faz vento em minha face desde que deixei o recinto não citado - e não será. Ao menos, não nas frases que tu há de ler ainda. Não apresento motivos para tal, mas aprecio a inútil teimosia - em direção ao destino próximo. Uma mera distração levou-me a caminhos equivocados. Corcoviei, na esperança de alguma ave guiar-me para algum local onde pudessem ver minha cara faminta de ondas eletromagnéticas onde se via uma cabeça que falava 'não', mas foi em vão. Antes que iniciasse meu pranto, dei por mim numa esquina já vista em vidas passadas, o que aumentava, de fato, minhas esperanças. Mas vidas passadas não têm certeza do que falam. Nada melhor a se fazer, senão telefonar à progenitora e dizer: Mãe! Tô perdido! Vem me buscar.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Prazer

Prazer,
Que achas de mim?
Sabes que eu,...
Ser amorfo & indígena,
represento cá alguma parte,
Mãe-natureza evocando em mim,
a serpente humana,e assim,
torno-me a ti aberração

-

Ou talvez o amor,
lânguido e nobre?
E tu a morrer de pavor,
de afago:Beijo ou palavra.

-

Pois digo a ti,que sofres:
Coloca pra fora esses bofes!
Ama-te a ti mesmo antes do alheio,
Que com esse reciprocar de ambos,
Todos hão de gozar a desenfreio.