Talentosos, perfeitos, bonitos, cheirosos, charmosos e modestos:

terça-feira, 29 de junho de 2010

Doravante, canários!

Defensores da pátria ao ritmo de anos bissextos, tarados pela marca, fissurados em inserção. Torturando neurônios ao divagar acerca do impedimento, mas limitando as pequeninas células nervosas ao que se gargareja o etílico sabor do líquido proibido. Questionando as tarjetas rubras, sem ao menos ter ciência da constituição esportiva. Defanando o pobre senhor, já calvo, que não ostenta vestes numeradas, mas que tem em mãos um pequeno objeto sonoro, que pode calar o incalável som africano proveniente dos assentos. Oh, som dos assentos, que vagam pelo mundo. Tal qual a rebolação internacionalizada, tornou-se epidêmico o uso do instrumento primitivo, que acorda o espectador no momento exato; momento exato de balbuciar sons que nos remetem ao hino da pátria, ao que uma flâmula nacional não flamula ao lado dos onze escolhidos. Uma nação está ali. Uma nação que se esconde. Uma nação que guarda o choro. Uma nação que se liberta a cada quatro anos. Patriotismo de Copa de ânus é pênis. No fundo, vem a calhar. Vamos, Brasil, doravante sempre e sempre!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Se foi o tempo

Se tu corres como tempo, é porque tu és o tempo
Se, porquanto, passas como tempo, que passatempo me sugeres?

Se tu passas e se tu feres, é que a morte anda contigo
Se tu és um inimigo, porque se juntam a ti?
Se meu tempo tem fim aqui, então não levo nada do que passa

Se passa, passou tu, carregando, ainda cru
Se cru estava, cru ficou, se não depois reencontrou

Se reencontrou num tempo a mais, relembrando o tempo atrás
Se foi, pois, num tempo atrás, é algo vago e não tem mais
Se, então, pode vir a ter, é porque soube me entretreter

Entretenha-me com o tempo, me ensinando um passatempo

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Futuro.


As Luzes jã estão acesas.
Os monstros já estão soltos.
Os filmes já estão rodando.
O sangue já está escorrendo.
A carne já está sangrando.

As meninas já estão burras.
Os homens já nem existem mais.
E no pescoço a jugular pulsa,
perfurada por caninos gêmeos.

Soneto Ibérico.

Abrigado por cogumelos,hei contar,
a história de um menino,sentado a esperar,
com sede de ternura e amor a transbordar,
espera somente a criatura aportar.

Aparece tal figura,e por muito se entreteem,
O menino,tão carente,padece a tal vintém.
Olhar por olhar terno,
conheceram-se muito bem.

"Aviação"- diz a menina,com um brilho no olhar,
o menino,extasiado,
num sorriso se põe a chorar.

"Encontrei!"- ele diz.
Minha pepita de ternura,
E se apaixona o mancebo,pela brilhante fulgura.