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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Redenção

Tivemos a redenção. Quando achávamos que tudo se perdia, nos achamos. Chegamos a pensar decretar a moratória; porém, nossas forças de direita não deixaram. Sorte nossa que, quando acordamos, um anjo torto veio e disse: 'Vai lá, vai sofrer na vida. Mas sofre sorrindo, tá?'. Eu disse 'tá'. E você também: 'tá'. Agora só sorrio. Agora só rio.
Que importa quem grita lá fora? Velha, criança, moça, o que for! Abdicamos de tudo para depois fingirmos nosso golpe da maioridade. Cobertos de coberta, Chopin nos acobertou. Nosso recital foi cheio de dedos , tocatas, fugas... um valsa. Uma grande valsa brilhante!
Sorte! Não cometemos aquele grande erro! Será que seria erro? Por via das dúvidas, você me abraçou. Foi meu invólucro. Cada morro, cada vale, cada planície segura do seu território foi invadido pelo meu. E a recíproca confirmou-se. Eu gangorrei, você carrosselou.
Então você veio, deixou a luminária de lado e teve sua luz própria. Ou melhor: ambos tivemos luz própria. Deixamos uma supernova explodir, quase um big bang! Talvez daí tenha surgido a Via Láctea. Se não foi ali, foi num episódio parecido. 
Você sorriu, eu sorri. Beijamo-nos. Cristo redentou por nós. Ou alguém mais embaixo.

4 comentários:

Vanessa disse...

Obrigada por isso. Muito obrigada, aliás. Li e reli n vezes, de tao belo, criativo (como sempre) e, enfim, genial. :)
Fico feliz por ter achado o que estava perdido!

Vanessa disse...

Ps: o resto eu digo depois.

Raíssa Christini disse...

Que belo escrito!
Mais bonito ainda é saber que não é ilustrativo.

Admiro vocês daqui. (:

Anônimo disse...

Tal mancebo é um baluarte de sapiência!
Ósculos para minha genitora.