quarta-feira, 7 de julho de 2010
Pés calejados
No tempo livre acabo me deparando com alguma atividade que não me permite vivenciar o nada do acaso sereno. Com papel moeda em mãos, ponho-me a cavalgar em meus próprios membros, fazendo destes pés que me locomovem, meu honorável alazão, que me carrega ao encontro da mais bela face feminina. Mas o encontro com a amada torna-se um pretexto para flauteação. Sem mais delongas, corro à filial do controle monetário nacional. Com policiamento exemplar, me tiram do sério ao procurar metais por dentre meu corpo. Encontraram somente um cano humano, na região pubiana. Após o constrangimento, nada mais agradável que transitar numa passagem giratória envidraçada. O vidro me revela uma aglomeração singular de indivíduos numerados (jovens, idosos e já grisalhos) que esperam, em sua maioria, seu sustento mensal; ou, como eu, apenas tentando fazer o pagamento para o que se tornará uma porta para o futuro, mas em formato de papel. Ali esperei, esquecendo-me dos outros afazeres, por não ter quase nenhum significativo, e realizando-me mentalmente como profissional honesto. E fiz isso durante 3 horas, na fila do Banco do Brasil, pra pagar a inscrição do ENEM.
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Um comentário:
meus pêsames!
eu fui no dia de jogo do Brasil e fui atendida em 5 minutos. só tinha uma velhinha na minha frente... hahahahahah.
Eu morro de rir com seus textos!
beijos, criatura xx*
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